terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sou pedra, sou folha, sou terra


Existe no Jardim Botânico um pequeno recanto que eu chamo "Árvore dos Pássaros". Ali se reúnem diversos tipos de aves, seja por conta das protetoras sombras ao redor, seja por causa da canaleta com água fresca. Aprendi a sentar ali perto e ficar em estado quase vegetativo, a máquina pronta, e se os pássaros se sentem confiantes com minha presença, começam a se aproximar. São momentos intensos em sua calma, emocionantes na sua singeleza, tranqüilos na sua vibração única. Os visitantes do JB que por ali passam e me vêem naquela postura contemplativa devem achar que sou parente do coronel Aureliano Buendía, que terminou seus dias amarrado a uma árvore e coberto de folhas e borboletas. Espero ter um destino melhor do que aquele que Gabriel García Márquez destinou à infeliz família.

Nenhum comentário: