Foto: Marcus Veras
"Esta manhã, caminhamos pela orla da baía de Santander. Olhando o mar, me dei conta de que há quase duas semanas, percorro a orla de várias cidades à beira mar na Espanha e, em nenhuma delas, encontrei sequer um pedacinho de papel jogado dentro d´água. Nem uma garrafa pet. Nem um saco plástico. Nem uma lata de cerveja.
Não importa o tamanho da cidade. Cudillero, nas Astúrias, deve ter uns 500 habitantes. Nóia, na Galícia, pode chegar aos 20 mil. La Coruña tem quase 300 mil. Santander, outros tantos.
Todo mundo nessas cidades caminha pela orla marítima. Todo mundo vai à praia, pega onda, acompanha a chegada dos barcos, brinca com os pássaros à beira mar. Depois vai aos restaurantes e come peixes e mariscos. Tudo muito parecido com o que acontece em Cumuruxatiba, Baía Formosa, Angra dos Reis, Búzios, Salvador ou Rio de Janeiro.
Mas aqui, todo mundo também cuida de preservar o mar. A água é transparente. Se vê o fundo e os peixes, que nadam em volta dos barquinhos, como se fossem animais de estimação.
Em muitas cidades, inclusive aqui em Santander, vimos dezenas de pessoas com varas de pesca no porto, passando o tempo, tentando fisgar alguma coisa. Em Muros, chegamos a presenciar a sorte de um pescador que apanhou dois grandes calamares e garantiu o almoço da família.
Fiquei pensando em nosso pobre Brasil. Em nossa paupérrima cidade do Rio de Janeiro, com milhões de habitantes que usam a baía de Guanabara como latrina. Em nossos surfistas e banhistas mergulhados em coliformes fecais e no perigo de consumir peixes e mariscos do Atlântico Sul.
Há mais de 15 anos fiz uma matéria sobre o programa de despoluição da baía de Guanabara, que recebia vultosos investimentos do Japão, com direito a transferência de tecnologia, etc e tal. Até hoje, não vi avanços, não tenho notícia dos resultados, não tenho conhecimento nem mesmo da conclusão da usina de tratamento de esgotos da Alegria, que previa reduzir os dejetos lançados na baia in natura.
O Governador do Estado do Rio de Janeiro, que vive passeando pelo mundo, devia ter vergonha. Devia, pelo menos, evitar ir ao banheiro todos os dias na cidade onde mora."
Não importa o tamanho da cidade. Cudillero, nas Astúrias, deve ter uns 500 habitantes. Nóia, na Galícia, pode chegar aos 20 mil. La Coruña tem quase 300 mil. Santander, outros tantos.
Todo mundo nessas cidades caminha pela orla marítima. Todo mundo vai à praia, pega onda, acompanha a chegada dos barcos, brinca com os pássaros à beira mar. Depois vai aos restaurantes e come peixes e mariscos. Tudo muito parecido com o que acontece em Cumuruxatiba, Baía Formosa, Angra dos Reis, Búzios, Salvador ou Rio de Janeiro.
Mas aqui, todo mundo também cuida de preservar o mar. A água é transparente. Se vê o fundo e os peixes, que nadam em volta dos barquinhos, como se fossem animais de estimação.
Em muitas cidades, inclusive aqui em Santander, vimos dezenas de pessoas com varas de pesca no porto, passando o tempo, tentando fisgar alguma coisa. Em Muros, chegamos a presenciar a sorte de um pescador que apanhou dois grandes calamares e garantiu o almoço da família.
Fiquei pensando em nosso pobre Brasil. Em nossa paupérrima cidade do Rio de Janeiro, com milhões de habitantes que usam a baía de Guanabara como latrina. Em nossos surfistas e banhistas mergulhados em coliformes fecais e no perigo de consumir peixes e mariscos do Atlântico Sul.
Há mais de 15 anos fiz uma matéria sobre o programa de despoluição da baía de Guanabara, que recebia vultosos investimentos do Japão, com direito a transferência de tecnologia, etc e tal. Até hoje, não vi avanços, não tenho notícia dos resultados, não tenho conhecimento nem mesmo da conclusão da usina de tratamento de esgotos da Alegria, que previa reduzir os dejetos lançados na baia in natura.
O Governador do Estado do Rio de Janeiro, que vive passeando pelo mundo, devia ter vergonha. Devia, pelo menos, evitar ir ao banheiro todos os dias na cidade onde mora."
Para ler o texto completo, clique aqui: http://lacybarca.wordpress.com/
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